30.11.09

Não me force a uma situação

Foi apenas uma troca de sorrisos. Quis ficar. Roubar os mínimos detalhes. Um desejo que chegava a machucar. Era tentador. Tão convidativo. Tão inocente.
Tudo que possuia... Um sorriso. Carregou-o até as escadas, uns metros mais - desapareceu logo depois num transito infernal e uma massa de pessoas desconhecidas.


Pra que essa hipérbole de sentimentos?

25.11.09

Cuidado, Frágil!

Deixe Aqui Suas Decepções - essas palavras manchavam de branco o muro, em contraste com o fundo preto.
Deixe aqui suas decepções, bem visível.
Num gesto involuntário leva a mão ao peito. Como se quisesse rasgá-lo. Num ato quase desesperado, foi isso que desejou. Arrancar de si todas as desilusões, insatisfações, declarações, o acumulo de "ões".
As dores anônimas, os dramas explícitos, por vezes tão banais. Os dedos se contraíram, um dos botões da camisa se abriu. O peito nu manchado de cansaço, de fúria, de solidão, de ânsia, de sentimentos.
O acumulo, era isso.
Já não havia mais lugar para encaixar os sorrisos. Nem prazeres, música, livros, amor. Já não havia lugar. O anúncio a sua frente (ou seria um pedido?) lhe tentava. Sentia aquela urgência, não do corpo, não dos batimentos desajustados do coração - mas da alma. Inevitávelmente,
como uma necessidade,
um grito lhe rasgou a garganta. Cortando os pulmões, até ficar sem fôlego. Transverso entre lágrimas e um céu avermelhado.
Um grito.
Suspirou.
Visto de fora era enigmático, mas por dentro... um alívio.

30.10.09

E quem te olhasse era como ver "MANTENHA DISTÂNCIA" escrito em teus olhos. Os sorrisos dados inconscientemente...

A vida é bela e cruel.

3.9.09

"Ela vai mudar"

Suspirou. O abismo lhe pareceu tão convidativo. Olhou para cima antes de saltar. Hesitar porquê? Vida e morte valem o mesmo tanto. E cada toque que rasgava a pele, transparecia a doce melodia de tua angustia. A sutileza do prazer que - ao menos uma vez - a fez sentir-se livre. Satisfação. Escorria por entre cada vão da tua carne vibrante, tremula...
Carregava na ponta dos dedos sua ácida e delicada satisfação.

26.8.09

Me faz acreditar que todas alucinações são tangíveis, me cospe na cara todos os teus pecados, me rouba todos os espaços, violenta meu pudor, torne teus desejos meu vício, me faz tua... me deixe em carne viva!

17.8.09

Um monólogo entre duas pessoas

Entre falas dramáticas, exorcizando demônios, assassinamos nossos desejos diariamente. Alterar ou anular os sentimentos. (?) Extraordinários putos inconformados somos. Suportando a dor e sufocando-a. E ainda assim, criamos perspectivas. Dos dramas, (des)amores. Tirar a essência do sofrimento, sua matéria. Extrair tudo. Não precisamos nos esconder atrás de falsos sorrisos. Não precisamos sentir dor. Não precisamos sentir, só quando nos convêm.
De um resto de pudor a desníveis de loucura, falávamos. E tudo que nos separava era uma mesa, nossa carne cansada, a fumaça dos cigarros.

Das cores ausentes, abstinência.

13.8.09

No dia seguinte...

Olhos inchados de tanto chorar, coração partido pelo chão, em mãos seu relicário. Uma dose diária de tudo aquilo que prometeu a si nunca mais reavivar. Quantas vezes mais?
Por que esconder teu sofrimento? (Será que alguma vez você sofreu?) Te dei esse musculo que pulsa - um dia chamei de coração... e o resto de mim. Em troca, teu sarcasmo, teu silêncio, teu desprezo. Você está na minha frente, e eu estou gritando!
Sempre achei que você fosse me sufocar até meu último suspiro. Agora, eu posso respirar.

12.8.09

Rasgar o peito e arrancar todas essas lembranças desnecessárias. Não há razões para sentimentos. Quantas vezes mais? E ainda não consigo dizer adeus...

24.7.09

Poesia para cegos

Como uma manhã fácil, abre os olhos e suspira. Toma os comprimidos, um último gole no café. O mundo grita lá fora, igual o infinito que carrega em si. No caminho pára - o All Star desamarrado o impede prosseguir - fixa algo vão. E como uma brisa volátil, decide lhe mandar rosas vermelhas. Afinal, a vida é tão fugaz.

3.7.09

A vida é decepcionante.

22.6.09

Recolhendo os pedaços de mim

Sentei com a cabeça inclinada para o céu. Olhando aquele imenso azul desbotado. Necessidade de êxtase, música, tesão, vida - tudo isso gritava em mim.
Dentro de mim uma insana sensação.

16.6.09

De todos os mais obscuros e íntimos sonhos desejados, te querer é desespero e alívio. E tentar te esquecer, é como negar a si mesmo.

24.5.09

E tudo aquilo que aprendemos não foi válido

Eu vejo todas essas pessoas. Olha o que está acontecendo entre nós. Por que estas declarações? Eu deveria estar feliz por nós, mas não estou. Desculpa, meus sentimentos são tão previsíveis que não posso esconde-los. Eu não posso esconder minha dor, minha frustração. Desculpa, mas eu não sou como as outras pessoas. Eu não posso conter meu desespero. Eu não posso conter a mim! Nem os sorrisos que me escapam no canto dos lábios.

23.5.09

Entre tudo que estava ali, de todas as coisas, luzes fluorescentes, foi apenas aquele ser que me prendeu a atenção. Eu olhei e, ela sorriu, não sei se foi pra mim - ao menos quis fingir que sim.

28.4.09

Conotação

Eu te percebo. Você fala "isso é psicológico". Desculpa, mas minhas emoções e tudo que eu sinto não é psicológico. Você me disse que a dor é psicológica, eu discordo. A minha dor não é, porque dentro de mim tudo dói, meu corpo dói, minha alma dói, e dói... Afinal, quem é você? Nunca queremos as coisas como realmente são.
Talvez eu precise mais de mim.

7.4.09

Dos contornos, cores, desejos e tudo mais que ainda não demos aspecto

Olha todo esse e s p a ç o entre nós. Por tantas vezes me fez passar o diabo. Quantas vezes me atormentou com tua presença. Mas quem foi que te deu esse direito? Vai, pega tuas vontades e leva contigo porta a fora.
Sem planos, sem danos.

11.3.09

Dos olhares trocados

Quase podia sentir as ondas sonoras lhe tocarem a pele. Cada acorde. As vibrações cintilantes. Vejo os contornos, o modo que cada linha simetricamente rabiscada não dá forma nem transcreve tua dor. Não foi pelo sexo, nem pelas tardes que nos permitíamos ficar jogados no gramado vendo figuras nas nuvens, ou por horas de companhia em silêncio bebendo e contemplando nossos pensamentos que ambos bem conheciam. Não foi por isso que permaneceu. Não. Era algo mais que a química envolvida, mais que cúmplices. O intenso êxtase a flor dos lábios. A simples ameaça de querer tocar e se manter hesitante. Apenas sentindo a respiração forte e ofegante. Os beijos roubados, ou dados por mera convenção. Todo o desejo na ponta da língua, que só as mãos sabiam descrever quando em contato com o corpo quente. Delicadamente tocado, tomado. Não eram esses os motivos que o fizeram ficar. Talvez as palavras que falta me falar, ou as coisas que deixei de te explicar.

6.2.09

Vira e mexe ela me diz, assim tão de repente, coisas que me fazem pensar. Ontem, me quebrou o silêncio com um “Eu te amo.”... Meu coração disparou. Estávamos na sala – eu em pé, ela no sofá sentada como alguém que se prepara pra fazer meditação. E aquele ambiente que segundos atrás estava inerte, me veio à tona: a vitrola junto aos lps, os livros postos na estante, fotos, as cores vibrantes. Como um baque, as folhas que eu segurava caíram no chão. Então move os olhos em minha direção e fala: “Meu bem, senta aqui perto de mim.”.


Fiquei sem entender.

4.2.09

Preto&Branco

Às vezes me vem uma vontade de fugir. Últimamente tudo parece fora de si (ou de mim). Parece estranho, mas eu sinto falta de você, dos lugares onde não estivemos, dos momentos que não presenciei, falta dos beijos que não te dei.
Vem deitar aqui. Fecha a porta e fica do meu lado. Repousa no meu peito, momentos antes de dormir. Preciso estar com você, aqui. Porque eu quero ser a que vai te receber quando você abrir a porta, que estará na sala te esperando pacientemente, que vai te dar um beijo antes de dormir. Cansei de comprar livros e cds para preencher os espaços que tua ausência me traz. Apenas fica.
Me lembro das brigas que não tivemos, das músicas que escolhi, aquele retrato em preto e branco... foi só minha imaginação.

18.1.09

Saudade

Um lapso, uma falta. Me diz dessa emoção.
É fogo, solidão.
Fica a falha. Te deixa despedaçado pelo chão.
Espaços entre a mão.
Parece animal errante. Pra que saudade então?!

5.1.09

Antes de se despedir...

Então ela disse: "Ainda irei esperar por ti, talvez leve um tempo, talvez não seja a opção certa, mas ao menos eu tentei, eu quero tentar! E quero que fique com meu coração, guarde-o em uma caixinha, leva contigo. E no dia que finalmente nos encontrarmos, se não for de tua vontade, só assim aceito que o devolva."

2.1.09

Naquele dia... Não sei o que dizer

As gotas d'água caíam no chão. Mal se ouvia o barulho que faziam ao encontrar o concreto. Estavamos caminhando. Lado a lado, mas apenas fisicamente. Porque os pensamentos se encontravam longe. Os olhares fixos para o nada. As mentes distantes, ausentes para os carros passantes. Aquele silêncio.
O farol estava fechado, atravessamos a rua. Olhei as horas duas vezes só para confirmar. Não precisamos fingir encenação - só as faixas postas no chão se encontravam no seu devido lugar. É como não precisar de legenda. Era isso uma combinação? E nem precisei abraçá-la para sentir.
Há muito mais que um desejo desconhecido, as dores compartilhadas, olhar sofrido. A ansiedade acompanhava cada passo dado. Por que essa submissão? Retornar aos lugares, que de alguma forma naquele dia, traziam consigo nostalgia. Saudade. Ilusão. E encontrar partes, pedaços, lembranças.
Dentro do peito ofegante, aquela ameaça de que algo acontecesse. Se eu pudessse, passaria mais tempo com você. Mas logo vem essa ressaca sentimental...