9.12.08

Eu tirei os excessos. O peso. Os espaços vazios já não os tenho. Talvez eu não sabia mais como voltar para casa. Talvez, eu nem queira. Quero seguir na contramão. Dessa vez... vou anular tudo que me corrói.

4.12.08

Entre uns rabiscos e xícaras de café

Hoje irei esperar por teus versos. Esperar pelas palavras. E escolher como fazer os comentários, a música que irei escutar enquanto escrevo. E olharei para você, com um sorriso no canto dos lábios. Porque me é tão fascinante o modo que encaixa as palavras. Num repente, você se levanta da mesa, anda pela sala, volta e me fixa nos olhos. Com aquele ar sereno e desconsertado me pergunta porque te deixo sem respostas. E eu rio, pois também me foge o por quê. Me empurra, vai, grita como! Diz tudo que se passa aí dentro. Então você me abraça, sorri. O silêncio nos vem, como uma nuvem de pó e desejo. Pega o violão, toca alguma coisa. Se quiser posso estar aqui. Posso ir comprar cigarros para ti.

3.12.08

Ausente

Porque eu me sentei a beira da janela, vi o jardim, as folhas caídas no gramado. As nuvens branquinhas manchavam o céu azul-claro. Me veio uma sensação estrenha: uma falta, uma falha... estava perdendo algo. Contudo eu nem sabia ao certo o que era, e aquela ameaça continuava ali, presente, persistente.
O relógio marcava 14:50 - nesse instante o celular tocou, lembrando dum compromisso - terminei de tomar meu café e calcei meu All Star. Pausei um instante perto da escrivaninha e olhei a agenda, e todos aqueles recados e horários marcados me pareceram tão insignificantes.
Não lembro quando foi a última vez que saí para
ver a cidade, as pessoas, as ruas... Quero [re]descobrir os caminhos, as cores, as coisas que nunca vivi. Hoje não tenho hora pra voltar.