Efêmero. Delírios e Angústia; Proferir Alegria e Dor (ou não); Desabafos e Declarações; Uma Linha Tênue Entre Drama e Poesia. ("não é apenas carne, é alma! - definitivamente")
9.12.08
4.12.08
Entre uns rabiscos e xícaras de café
3.12.08
Ausente
Porque eu me sentei a beira da janela, vi o jardim, as folhas caídas no gramado. As nuvens branquinhas manchavam o céu azul-claro. Me veio uma sensação estrenha: uma falta, uma falha... estava perdendo algo. Contudo eu nem sabia ao certo o que era, e aquela ameaça continuava ali, presente, persistente.
O relógio marcava 14:50 - nesse instante o celular tocou, lembrando dum compromisso - terminei de tomar meu café e calcei meu All Star. Pausei um instante perto da escrivaninha e olhei a agenda, e todos aqueles recados e horários marcados me pareceram tão insignificantes.
Não lembro quando foi a última vez que saí para ver a cidade, as pessoas, as ruas... Quero [re]descobrir os caminhos, as cores, as coisas que nunca vivi. Hoje não tenho hora pra voltar.
28.11.08
Um novo câncer para comentar
8.10.08
1.10.08
A vida é muito curta, mesmo...
30.9.08
Marcas
9.9.08
"E você aprende com cada adeus"
É como querer dar o próximo passo tão firme e determinado, tão seguro de si, e simplesmente afundar no vazio. Falar não vai fazer sentir na pele. Se eu te pedir me tocar, você vai entender? Toque! Repouse a mão sobre meu peito. Me toque. Sinta! Não desvie teus olhos dos meus. Me olha! Lágrimas escorrendo, você continua em silêncio. Silêncio. Talvez seja melhor assim. Tudo bem, as palavras também me faltam.
25.8.08
Seja Minha Essência
Nos cigarros. No ardor das madrugadas.
Desejarei ardentemente silêncio para que me venha tua voz na memória.
E contemplarei. Tão sublime e feroz.
Uma extensão sem precisar procurar depois. Cada pedaço, pleno.
A expectativa na ponta dos dedos.
Não pergunte, nem contenha-se. Não sinta necessidade.
Me tenha agora, de nada adiantará se desculpar.
Desejar êxtase, ceder a tentação, querer, não medir a queda.
Chega de desculpas. Assuma os impulsos.
22.8.08
Mesmo Erro
Essa carência de emoções e afetividade. E a corrosão do ser. Se permitir a fragilidade.
Extrair esses sentimentos puros. Necessidade. Não precisar gritar para que possa ouvir.
Roubar a dor do outro para si. Perceber tua vida em cada linha, cada palavra. A tristeza.
Sentir os fluidos que consomem o todo. As moléculas em movimento. Querer pele com pele.
Consequências não consideradas. Apenas aguardar o resultado final. Esse sofrimento.
17.8.08
Diga-me alguma coisa
"...I'm nothing more, than a line in your book." Seria isso?
Os recados sem respostas. Ligações não atendidas. Talvez.
E se você pudesse sentir tudo que sufoca em mim. Eu não mereceria isso.
Quero te deixar sem ação. Você é louca - ela disse.
Tudo que tenho a lhe oferecer são versos clichês. Meu coração em pedaços.
Me abraça. Como se fosse pela última vez me beije.
Toda essa espera para ouvir como resposta um mero "sim". Alguns suspiros.
Minha frente você com um sorriso. Agora não passa de ilusão.
E se o erro foi te querer... Eu não me importo. Eu não me arrependo.
As mesmas explicações. Palavras contraditórias. Lágrimas.
Ainda sinto falta do teu gosto. Me explica como isso foi acontecer.
12.8.08
Apenas Uma Chance
Eu quase posso prever teus movimentos. Enxergar através de ti. Não tenha pressa. Hoje estou para você. Por você. Me fale de todos os assustos que lhe agradam.
Mais uma xícara de chá?
16.7.08
Precisei tomar a mesma dose
Um segundo, quanto tempo faz que deixei de respirar? Frases repetidas.
Gozado - como sempre - eu peço desculpas, quando a ferida aberta não é a tua.
20.6.08
Para Tracy
Não vou acatar teu drama, continuarei em silêncio, como os quadros na parede da sala.
Cuspa em minha face, vá até a porta, ameace ir embora.
Você está usando o terno que te dei, todo amarrotado, quer que eu o passe?
Como sempre reclama do meu All Star desamarrado, vejo tuas malas prontas, mas teus livros continuam na estante.
No jornal, críticas daquele filme em cartaz, lembro que a trilha sonóra te fez chorar.
E se não quiser partir, fica aqui do meu lado, escutarei sem perguntar o por quê.
5.6.08
Um pouco de Anfetamina
Ser, representar, agir: como fantoches. Não poder demonstrar sentimentos, sejamos então robôs! É assim que as pessoas interagem ultimamente...
Querer quando não se pode mais. E nos deparar no reflexo dum outrem. Por que procurar por um espelho? Aparências? Não precisamos disto. Tudo em demaseio. Monotonia. Necessidade de ter, de troca, de pertencer. O exagero. A falta.
A pilha de livros num canto. Espaços vazios. Desejar água-furtada. Silêncio. E não adianta trocar os móveis de lugar. Desde quando trocar a liberdade por um sorriso? Até para ser feliz, tem que usar máscara.
1.6.08
Frágil
Hemorragia interna, mais um trago. Tua voz corroendo os pensamentos, "fica para próxima vez". Quando é a próxima vez!? Mesmo com as placas indicando o caminho, me perco. Algo dentro de mim queria (e quer) gritar, explodir, chorar. Um sorriso. E tudo fica assim: parágrafo, uns dias mais, ponto e vírgula, outro St. Remy, espaço, pular uma linha, abstinência, fim? Não! Eu quero entender, saber por quê. Não me acalme, eu paguei caro. Meus desejos não vieram com aviso prévio. E eu te quero!
Me mostra os defeitos, as obsessões, os acertos, as decepções. Os espaços vazios, a fim de quê? Entre em contato. Por favor não me traga daquele blablablá - cansei - mais do mesmo. Cospe na minha cara. Vai! Você consegue. Não me deixe sem as palavras. Chega desse longa metragem desnecessário. Se exponha! Me põe contra a parede.
Você nem se quer imagina os anseios, meu desespero. A ausência. Eu tão forte, tão egoísta, tão rude, tão irredutível, tão frágil. Gostaria que me chamesse e fizesse meu estômago sentir o frio outra vez. O que sentimos não supre mais a falta. Compreensão. Talvez não se importe mais, talvez fosse inevitável. Me toque, me consome, me despreze (será que ainda existe tempo?). Existe? Me diz de você. Eu quero ser tua pele, do avesso! Me faz sentir tua dor. Que seja agora! Absolutamente, não será facil esperar.
30.5.08
"Aparência é tudo, atitude não é nada!"
Não passe vontade, veja o sol brilhar a meia noite, queime o destintivo da nação.
Cigarros e desejos compartilhados, regras quebradas, encontre a liberdade em garrafas de vodka.
A dor também pode ser prazerosa, se iluda com verdades, transforme a realidade.
Compre sua dignidade, dissimule os sentimentos, aparência é momentania.
Grite hínos de protesto, expresse toda sua revolta, atitude é para sempre.
29.5.08
Só por hoje
A paz está ausente, será que ainda algo mudou?
Cada vez mais artificial, outro sorriso desperdiçado...
Tudo fica disperso, logo não faço questão de entender...
Seria facil desistir, explicar minha displicência?
Tão pouco ensinaram, e eu andando sobre corpos inertes...
Eu tentei, gritei, sangrei... Ninguém ali, corri, você eu vi...
Conforta meu pesar com atenção, mostra uma nova utopia...
Beirando o meio-fio, segura em minha mão...
Fica sem nenhum motivo, eu te ajudo quando precisar...
Saiba estarei sempre contigo, e um dia se resolver mudar leva tudo de mim...
Quero Ter Uma Overdose
A chuva já passou, me leva pra sair? Você chamou minha atenção, mas mesmo assim continuo sem lembranças.
Explica o por que, extraordinária primavera tardia roubando meus pensamentos. Me abraça outra vez, diz não ter pressa pra partir.
Mostra tudo que não consigo entender, outro anuncio na lata de refrigerante. Comprei um daqueles sonhos enlatados, já não consigo me separar do meu mundo invisível.
Vamos seguir por aí, me ensina andar sem os pés no chão. Senta comigo na calçada, deixa eu ter uma overdose com você.
28.5.08
Adaptação
Democracia estampada nos muros, desejos reprimidos, todos iguais apenas no papel.
Entregue a emoções desconhecidas, sentidos inquietos, querer tudo num instante.
Vidas roubadas, liberdade não vale grande coisa, patriotas seguem regras da sociedade.
Saciar o que nos consome por fora, modificar a essência, manter sutil integridade.
Guerras em prol da revolação, sonhos anulados, a realidade não é tão importante.
Buscando felicidade em drogas injetáveis, promessas esquecidas, dores aliviadas.
Miséria acomodada nas ruas, aprimorar o próximo discurso político, aceitar as falhas.
Entre bebidas baratas, mentiras mal contadas, sentir o prazer que nunca se teve.
Relevar os erros, se conformar com o caos, afinal nos adaptamos a qualquer situação.
Entende Agora
Falta. De quê? Querer exílio num outrem. Sonho. Sexo. Solidão. Propaganda medíocre de mim mesma. Essa falta. Já me esbarrei em tantos lábios. Provei gostos que não os meus - pegadas, chupadas, mordidas. Suor. Respirações ofegantes. Língua. Necessidade de uma nova boca não é. O que seria então? Planos incompletos. Desejos insaciados. O prazer que não se teve. O beijo não roubado. (Im)Pureza. Ausência.
Os cds em ordem alfabética separados por gênero. A estética das coisas certinhas, que não me agradam nem um pouco. Funções. O que há de errado? Uma alma exausta, lívida. Porras-loucas falando de moral, pseudos intérpretes, discutindo valores, bom senso, ética, pudor - eu ardentemente querendo silêncio. Quero tomar minha cerveja em paz, contemplar meu silêncio. Dentro de mim. Sem interrupções. Me deixar esquecer dos problemas da vida. A mente transbordando, um cara farinhado até os poros veio puxar assunto, quis lhe dar soco, filho da puta. Só podia ser gozação, eu que tanto prezei aquele momento. Não preciso que macho me acompanhe nos drinks ou me leve pra casa no final da noite. Cansei de conversa mole com desconhecidos. Meios termos. Pressão psicológica. Cortesias. Por que sorrir quando um vai se foder seria mais gentil?
Transparência. Um coração decepcionado. Calafrios. Displicência. Necessidade. Chega desse “está tudo bem” ou “vai ficar tudo bem”. Eu aceitei as falhas. O caos na pele. Não se privar de nada. Liguei o foda-se.