28.5.08

Entende Agora

Caminhos que posso descrever de olhos fechados. Os rostos não mudaram e eu ainda os desconheço. Filmes repetidos que não vi. É como o grito preso na garganta, as lágrimas retidas, o “eu te amo” não dado.

Falta. De quê? Querer exílio num outrem. Sonho. Sexo. Solidão. Propaganda medíocre de mim mesma. Essa falta. Já me esbarrei em tantos lábios. Provei gostos que não os meus - pegadas, chupadas, mordidas. Suor. Respirações ofegantes. Língua. Necessidade de uma nova boca não é. O que seria então? Planos incompletos. Desejos insaciados. O prazer que não se teve. O beijo não roubado. (Im)Pureza. Ausência.

Os cds em ordem alfabética separados por gênero. A estética das coisas certinhas, que não me agradam nem um pouco. Funções. O que há de errado? Uma alma exausta, lívida. Porras-loucas falando de moral, pseudos intérpretes, discutindo valores, bom senso, ética, pudor - eu ardentemente querendo silêncio. Quero tomar minha cerveja em paz, contemplar meu silêncio. Dentro de mim. Sem interrupções. Me deixar esquecer dos problemas da vida. A mente transbordando, um cara farinhado até os poros veio puxar assunto, quis lhe dar soco, filho da puta. Só podia ser gozação, eu que tanto prezei aquele momento. Não preciso que macho me acompanhe nos drinks ou me leve pra casa no final da noite. Cansei de conversa mole com desconhecidos. Meios termos. Pressão psicológica. Cortesias. Por que sorrir quando um vai se foder seria mais gentil?

Transparência. Um coração decepcionado. Calafrios. Displicência. Necessidade. Chega desse “está tudo bem” ou “vai ficar tudo bem”. Eu aceitei as falhas. O caos na pele. Não se privar de nada. Liguei o foda-se.

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