30.5.08

"Aparência é tudo, atitude não é nada!"

Sinta a felicidade numa pilula, sexo em qualquer esquina, olhar para o lado e se ver sozinho.
Não passe vontade, veja o sol brilhar a meia noite, queime o destintivo da nação.
Cigarros e desejos compartilhados, regras quebradas, encontre a liberdade em garrafas de vodka.
A dor também pode ser prazerosa, se iluda com verdades, transforme a realidade.
Compre sua dignidade, dissimule os sentimentos, aparência é momentania.
Grite hínos de protesto, expresse toda sua revolta, atitude é para sempre.

29.5.08

Só por hoje

Nem parece que o tempo passou, as pessoas continuam com pressa...
A paz está ausente, será que ainda algo mudou?
Cada vez mais artificial, outro sorriso desperdiçado...

Tudo fica disperso, logo não faço questão de entender...
Seria facil desistir, explicar minha displicência?
Tão pouco ensinaram, e eu andando sobre corpos inertes...

Eu tentei, gritei, sangrei... Ninguém ali, corri, você eu vi...
Conforta meu pesar com atenção, mostra uma nova utopia...
Beirando o meio-fio, segura em minha mão...

Fica sem nenhum motivo, eu te ajudo quando precisar...
Saiba estarei sempre contigo, e um dia se resolver mudar leva tudo de mim...

Quero Ter Uma Overdose

Esse tempo todo em mim, esqueci como é olhar lá fora. A saudade no canto da escada, observando os lps empoeirados que eu nem lembrava mais.
A chuva já passou, me leva pra sair? Você chamou minha atenção, mas mesmo assim continuo sem lembranças.
Explica o por que, extraordinária primavera tardia roubando meus pensamentos. Me abraça outra vez, diz não ter pressa pra partir.
Mostra tudo que não consigo entender, outro anuncio na lata de refrigerante. Comprei um daqueles sonhos enlatados, já não consigo me separar do meu mundo invisível.
Vamos seguir por aí, me ensina andar sem os pés no chão. Senta comigo na calçada, deixa eu ter uma overdose com você.

28.5.08

Adaptação

Pelas noites garrafas espelhadas, olhares dispersos, companhias clichês.
Democracia estampada nos muros, desejos reprimidos, todos iguais apenas no papel.
Entregue a emoções desconhecidas, sentidos inquietos, querer tudo num instante.
Vidas roubadas, liberdade não vale grande coisa, patriotas seguem regras da sociedade.
Saciar o que nos consome por fora, modificar a essência, manter sutil integridade.
Guerras em prol da revolação, sonhos anulados, a realidade não é tão importante.
Buscando felicidade em drogas injetáveis, promessas esquecidas, dores aliviadas.
Miséria acomodada nas ruas, aprimorar o próximo discurso político, aceitar as falhas.
Entre bebidas baratas, mentiras mal contadas, sentir o prazer que nunca se teve.
Relevar os erros, se conformar com o caos, afinal nos adaptamos a qualquer situação.

Entende Agora

Caminhos que posso descrever de olhos fechados. Os rostos não mudaram e eu ainda os desconheço. Filmes repetidos que não vi. É como o grito preso na garganta, as lágrimas retidas, o “eu te amo” não dado.

Falta. De quê? Querer exílio num outrem. Sonho. Sexo. Solidão. Propaganda medíocre de mim mesma. Essa falta. Já me esbarrei em tantos lábios. Provei gostos que não os meus - pegadas, chupadas, mordidas. Suor. Respirações ofegantes. Língua. Necessidade de uma nova boca não é. O que seria então? Planos incompletos. Desejos insaciados. O prazer que não se teve. O beijo não roubado. (Im)Pureza. Ausência.

Os cds em ordem alfabética separados por gênero. A estética das coisas certinhas, que não me agradam nem um pouco. Funções. O que há de errado? Uma alma exausta, lívida. Porras-loucas falando de moral, pseudos intérpretes, discutindo valores, bom senso, ética, pudor - eu ardentemente querendo silêncio. Quero tomar minha cerveja em paz, contemplar meu silêncio. Dentro de mim. Sem interrupções. Me deixar esquecer dos problemas da vida. A mente transbordando, um cara farinhado até os poros veio puxar assunto, quis lhe dar soco, filho da puta. Só podia ser gozação, eu que tanto prezei aquele momento. Não preciso que macho me acompanhe nos drinks ou me leve pra casa no final da noite. Cansei de conversa mole com desconhecidos. Meios termos. Pressão psicológica. Cortesias. Por que sorrir quando um vai se foder seria mais gentil?

Transparência. Um coração decepcionado. Calafrios. Displicência. Necessidade. Chega desse “está tudo bem” ou “vai ficar tudo bem”. Eu aceitei as falhas. O caos na pele. Não se privar de nada. Liguei o foda-se.