1.6.08

Frágil

Fiquei em carne viva, nem a dor importava mais, e eu sempre achei que iria te encontrar na próxima esquina. Desejo compulsivo, sem explicação. Lembranças ocupam o momento, me tomam de tal forma. Outro cigarro. Ao meu redor passando tudo despercebido - vozes, semáforos, ruas, assovios, cartazes, vidas. Para quê? [...]

Hemorragia interna, mais um trago. Tua voz corroendo os pensamentos, "fica para próxima vez". Quando é a próxima vez!? Mesmo com as placas indicando o caminho, me perco. Algo dentro de mim queria (e quer) gritar, explodir, chorar. Um sorriso. E tudo fica assim: parágrafo, uns dias mais, ponto e vírgula, outro St. Remy, espaço, pular uma linha, abstinência, fim? Não! Eu quero entender, saber por quê. Não me acalme, eu paguei caro. Meus desejos não vieram com aviso prévio. E eu te quero!


Me mostra os defeitos, as obsessões, os acertos, as decepções. Os espaços vazios, a fim de quê? Entre em contato. Por favor não me traga daquele blablablá - cansei - mais do mesmo. Cospe na minha cara. Vai! Você consegue. Não me deixe sem as palavras. Chega desse longa metragem desnecessário. Se exponha! Me põe contra a parede.


Você nem se quer imagina os anseios, meu desespero. A ausência. Eu tão forte, tão egoísta, tão rude, tão irredutível, tão frágil. Gostaria que me chamesse e fizesse meu estômago sentir o frio outra vez. O que sentimos não supre mais a falta. Compreensão. Talvez não se importe mais, talvez fosse inevitável. Me toque, me consome, me despreze (será que ainda existe tempo?). Existe? Me diz de você. Eu quero ser tua pele, do avesso! Me faz sentir tua dor. Que seja agora! Absolutamente, não será facil esperar.


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